sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

LUTO COMO MULHER, LUTO COMO MÃE



Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência (RJ) e Mães de Maio (SP) convidam:

 

 

- Lançamento em São Paulo do livro "Auto de Resistência - Relatos de familiares e vítimas da violência armada" e Exibição do filme "Luto como Mãe" -

 

Quinta-feira, dia 17/12, às 18:00hs no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

 

 

Debate com a participação de:

 

Mães de Vítimas do Estado no Rio de Janeiro

Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência (RJ)

(co-autoras do livro e participantes do filme)

 

Débora Maria Silva

Mães de Maio (SP)

 

Rose Nogueira

Grupo Tortura Nunca Mais (SP)

 

Tatiana Merlino

Núcleo Memória e Revista Caros Amigos (SP)

 

 

Ao final do debate e da exibição do vídeo haverá um pequeno coquetel e a sessão de autógrafos dos livros com as Mães do Rio.

 

 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo

fica na Rua Rego Freitas,530 - Sobreloja - Campos Elíseos

Telefone para contato: 11-3217-6299

 

 

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O LIVRO E O FILME:

 

 

"AUTO DE RESISTÊNCIA - Relatos de Familiares e Vítimas da Violência Armada"

 

"Auto de Resistência" foi escrito por vinte e um familiares de vítimas da violência no Rio de Janeiro. Mães, esposas e irmãs cujo sofrimento conta uma parte da história da cidade, envolvendo chacinas, sequestros, omissão e impunidade. Mas este não é um livro de denúncias ou um relato de tragédias individuais: é antes um grito contra a indiferença e a banalização do horror. Mostra a força de quem resiste, de quem não se intimida e utiliza o próprio sofrimento para prevenir o sofrimento alheio; de quem tem coragem e vontade de aprender e de transformar.

 

ISBN: 9789575776046
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura  | Formato: 21 x 21  | 164 págs. 
ANO EDIÇÃO: 2009

ORGANIZADOR: Tatiana Moura | Carla Afonso | Barbara Musumeci Soares 
AUTOR: Marcia Oliveira Silva Jacintho | Roberto Wilson Bastos | Elizabeth Medina Paulinho | Maria da Penha Sousa Silva | Denise Alves Tavares | Vilma Jurema Carvalho de Mello | Dulcinea da Silva Sipriano | Patricia de Oliveira da Silva | Jose Luiz Faria da Silva | Julia Preciliana Procopio | Euristea Sant'Anna de Azevedo | Siley Muniz Paulino | Regina Celia de Oliveira Lacerda | Patricia de Jesus | Ana Amelia Silva Rocha | Marilene Lima de Souza 
 

 

 

LUTO COMO MÃE

(Luís Carlos Nascimento, Rio de Janeiro, 2009)

 

A cidade do Rio de Janeiro, Brasil, é palco de execuções sumárias e arbitrárias cometidas por agentes do Estado. Cada morte arrasta consigo a dor de quem fica, afetando todo o seu círculo social, especialmente a família e amigos. O documentário “Luto Como Mãe” centra-se nas histórias destes sobreviventes, maioritariamente mulheres, e no seu rito de passagem do luto à luta por justiça e contra a invisibilidade.

 

Mais informações: www.lutocomomae.com

 

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ato do Lins


Hanry Silva Gomes de Siqueira,  estudante, 16 anos: mais uma vitima da política de extermínio do estado do Rio de Janeiro

 

No dia 21 de novembro de 2002, Márcia de Oliveira Silva Jacintho falou pela última vez com o seu filho, Hanry Silva Gomes de Siqueira. Hanry tinha 16, cursava o primeiro ano do ensino médio sem nunca ter repetido uma série e morava com a sua família no morro do Gambá – Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio.

Apesar da dor e do desespero de perder um filho assassinado pelos agente s que deveriam proteger a população, Márcia Jacintho começou a luta para descobrir a autoria do crime e conseguiu através de suas buscas numa grande investigação, levar me frente o inquérito policial sobre o caso. Policiais foram pronunciados pelo Ministério Público, em grande parte grande parte graças aos esforços individuais desta mãe que se transformou em militante, investigadora e advogada prática a partir do brutal assassinato do  filho.  Apesar do medo gerado por ameaças constantes feitas por policiais a moradores de favelas e comunidades de periferia, diferentes testemunhas do crime depuseram oficialmente, disponibilizado assim informações fundamentais para que dois dos policiais envolvidos fossem indicados e condenados.

No dia 23 de novembro de 2009 , passados sete anos do assassinato de Hanry, os familiares da vítima, os moradores desta e de outras favelas da cidade do Rio de Janeiro e os moradores do asfalto que também se indignam com a violência que as polícias civil e militar praticam nesses territórios , se unirão no Lins em memória de Hanry e na luta para que nossos diretos humanos e civis sejam respeitados. Nos uniremos para dizer não a política do extermínio e genocídeo da juventude negra!

 

Dia 23/11 – 16h -  Concentração do Ato no Lins

Local: Rua Engenheiro Eufrásio Borges esquina com a rua Maria Luiza ruas principais da entrada da comunidade do Gambá.

17h às 18h – Caminhada em memória de Hanry Silva

18h – Exibição do filme “Entre muros e favelas” – na pracinha da Bica. 



Caso "Assassinato Lins Vasconcelos"


Márcia Jacinto, mãe de Hanry, 16 anos.

Em 21 de Janeiro de 2001, Hanry, 16 anos, foi executado por policiais com um tiro no coração. Hanry havia chegado recentemente do estado de Minas Gerais para visitar sua mãe, Márcia Jacinto. Testemunhas contaram aos familiares de Hanry que viram quando ele foi conduzido pelos policiais até à viatura e acrescentam ainda que a polícia simulou uma saída da favela, mas na verdade, retornou e se dirigiu ao seu cume, onde Hanry foi assassinado.

O Inquérito Policial foi instaurado imediatamente para apurar a morte de Hanry, contudo o Ministério Público só denunciou os policiais em Novembro de 2006. Em Setembro de 2007, os policiais foram pronunciados e aguardam pela data do julgamento.


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

III Encontro de Cinema Negro


Programação

10 de novembro - Terça-feira

12h - Cine Odeon BR:

Uma Mãe como Eu - 15', ficção, Brasil, 2008. Direção: Luis Carlos Nascimento 
(Secretário geral do Cinema Nosso)
Um filme sobre mulheres que perderam seus filhos devido à brutalidade 
policial. As mães se unem na esperança e na luta pela justiça
.

Dia 11 de novembro - Quarta-feira

19h - Tenda na LAPA:

Uma Mãe como Eu - 15', ficção, Brasil, 2008. Direção: Luis Carlos Nascimento 

Dia 14 de novembro - sábado

14h - Cine Odeon BR:

Uma Mãe como Eu - 15', ficção, Brasil, 2008. Direção: Luis Carlos Nascimento 



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"Luto como mãe" em mostra competitiva em Portugal



O filme Luto como Mãe foi selecionado para a Terceira  Mostra de Cinema Internacional em Língua Portuguesa  que começa hoje dia 06 e vai até o dia 08 de novembro no teatro da Cerca de São Bernardo em Coimbra, Portugal.



Melhores informações sobre o festival:


http://www.mostralingua.org/2009/entrada/filmes/luto.htm

 



 


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cine Encontro - Festival do Rio


"LUTO COMO MÃE": TALENTO EM TRANSFORMAR A DOR EM LUTA


O longa-metragem "Luto Como Mãe", do diretor e presidente do Cinema Nosso Luis Carlos Nascimento, teve sua estreia no Festival do Rio no dia 29 de setembro, concorrendo ao Prêmio de Melhor Documentário na Mostra Première Brasil, e recebendo um belo público no Cine Odeon que o aplaudiu de pé. No dia 1º de outubro, o público pôde assistir à segunda sessão do filme no Odeon, e ainda debater com a equipe no Cine Encontro, que ocorreu no Pavilhão do Festival do Rio, que se instalou no bairro da Saúde, Zona Portuária do Rio. 

Na mesa do Cine Encontro, estavam a batalhadora "mãe de Acari", Marilene Lima, que integra o elenco do filme, o desembargador Ciro Darlan, o diretor do filme, Luis Carlos Nascimento, e a representante da ONG Justiça Global, Sandra Carvalho. Como mediador, o coordenador da ONG Crescer e Viver, Júlio Perin.

"Luto Como Mãe" mostra o dia-a-dia de luta de mães batalhadoras que clamam por justiça. A partir de câmeras manuseadas por elas próprias, e também dirigidas por Luis Nascimento, é retratada a busca por soluções dos casos das Mães de Acari, da Chacina da Via Show e da Chacina da Baixada. 

Clique aqui para conferir o site oficial do documentário.
http://www.lutocomomae.com

Para Marilene, que abriu o debate do Cine Encontro, o maior mérito do filme foi transformar a dor em luta. "Somente quando eu vi as imagens que percebi a importância das falas, da denúncia, das queixas de mães, que não têm preço." 

Sandra Carvalho, da Justiça Global, enfatizou a importância das mães como protagonistas na busca por justiça. "Às vezes não temos mulheres em cargos de liderança, mas a base da luta pelos Direitos Sociais é feito por elas."

Para o desembargador Ciro Darlan, "Luto Como Mãe" é grandioso porque nos traz a reflexão de amor total e prioridade absoluta a todas as crianças: "Essa é a única forma de transformar esse país numa nação mais feliz. Nós não devemos arrefecer, este filme é uma bandeira que nos anima a continuar."

O diretor do filme, Luis Carlos Nascimento, também ressaltou o protagonismo das mulheres no filme, e destacou que o objetivo das filmagens não era tornar evidente as dores, mas a força na luta: "Me impressionou muito quando, nas primeiras imagens mostradas, elas perguntaram onde estavam seus filhos, e eu comecei a entender que estávamos no caminho certo, pois a proposta era justamente não ter os filhos, não ter a exploração dessa dor, não ter corpos, não ter esse glamour da violência, mas sim ter essas mulheres que, como na Grécia Antiga, sobreporam-se à figura desse Estado machista, pseudo-democrático
."

Pedro Soares

Cine Encontro - Festival do Rio - Links no Youtube

Cine Encontro - "Luto Como Mãe" - 1
Debate sobre o filme "Luto Como Mãe", do diretor Luis Carlos Nascimento, ocorrido no dia 01/10/09 durante o Cine Encontro, do Festival do Rio 2009. 


http://www.youtube.com/watch?v=D6Nu417cn08

Cine Encontro - "Luto Como Mãe" - 2
Fala da "mãe de Acari", Marilene Lima, durante debate sobre o filme "Luto Como Mãe", do diretor Luis Carlos Nascimento, ocorrido no dia 01/10/09 durante o Cine Encontro, do Fes
tival.

http://www.youtube.com/watch?v=6vPKeSA4UU4

Cine Encontro - "Luto Como Mãe" - 3
Fala da representante da ONG Justiça Global, Sandra Carvalho, durante debate sobre o filme "Luto Como Mãe", do diretor Luis Carlos Nascimento, ocorrido no dia 01/10/09 durante o Cine Encontro, do Festival do Rio 2009. 

http://www.youtube.com/watch?v=EeAgeGstc4U

Cine Encontro - "Luto Como Mãe" - 4
Fala de Luis Carlos Nascimento, durante debate sobre seu filme "Luto Como Mãe", ocorrido no dia 01/10/09 durante o Cine Encontro, do Festival do Rio 2009. 


http://www.youtube.com/watch?v=1ImefGfpKGg

Cine Encontro - "Luto Como Mãe" - 5
Fala do desembargador Ciro Darlan, durante debate sobre o filme "Luto Como Mãe", do diretor Luis Carlos Nascimento, ocorrido no dia 01/10/09 durante o Cine Encontro, do Festival do Rio 2009.

http://www.youtube.com/watch?v=JYf3lg9iG8c

Notícias - O globo

Ontem no Cine Odeon passou na Mostra competitiva de longas documentais o filme “Luto por Mãe”de Luiz Carlos Nascimento. Luiz já e bastante conhecido pelos seu trabalho no grupo CINEMA NOSSO e agora estréia em longas com esse emocionante documentário. 



Ontem, assisti no Festival do Rio o documentário “Luto por Mãe” que foca as mães de filhos que foram mortos em ações violentas tendo o envolvimento de policiais. O foco em questão são três tragédias que ganharam as manchetes do Brasil e do mundo- O assassinato de onze jovens que moravam no Acari, cujo as mães ficaram conhecidas como mães de Acarai, O assassinato de quatro amigos na Via Show e por últimos algumas mães de jovens que foram mortos na chacina que ficou conhecida nos jornais, como a chacina da baixada. 

Não é novidade nenhuma mostrar em documentários o sofrimento de mães que perderam seus filhos de maneiras violentas. Porem o diretor Luis Nascimento, em seu primeiro longa, partiu para um lado interessante, claro que a dor de uma mãe e de uma família foi focada, porem ele preferiu apenas mostrar de maneira a não incomodar muito o cotidiano dessas famílias, com uma câmera que simplesmente estava ali e não atrapalhava ninguém, ele acompanhou essas mulheres de coragem em suas idas e vindas em fóruns e em audiências que eram sem motivo algum remarcada para outro dia. Um dos criminosos teve seu julgamento adiado por mais de uma dezena de vezes. 

Alem de mostrar o sofrimento de mães e familiares, pois tem um determinado momento que a mãe de um rapaz que foi assassinado sem nenhum motivo aparente na chacina da baixada diz que quando morre um membro da família, um cidadão trabalhador e com uma ficha limpa, muda a vida de toda uma família, não só da mãe, mas de irmãos, sobrinhos e demais familiares. Mostra também uma policia em que o cidadão comum, o povão, não pode confiar. A chacina da baixada, por exemplo, durante o filme um delegado explica que a causa de uma chacina cometida por policiais e que deixou vinte e nove mortos, vinte e nove repetindo, nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados, foi o fato de um novo comandante ter entrado no batalhão de Duque de Caxias e começar a lutar contra os policiais corruptos. O primeiro ato dos criminosos foi jogar uma cabeça dentro do batalhão e depois resolveram matar vinte e nove pessoas inocentes que eles encontraram na rua. 

O documentário mostra como um ser humano pode mudar. Todas as mães eram pessoas simples, donas de casas e trabalhadoras, que simplesmente criaram seus filhos da melhor maneira possível e de repente esses filhos lhes são tirados por quem deveria lhes dar proteção, elas mudam e passam a fazer de tudo para colocar atrás das grades esses policiais criminosos. Elas deixam tudo de lado e passam a dar plantão em fóruns, em delegacias, organizam passeatas e fazem de tudo para que a morte de seus filhos não caia no esquecimento. Tem o caso desesperador de uma mãe que teve de fazer a perícia do local onde o filho foi assassinado, pois a policia civil não tinha contingente para dar apoio aos peritos, pois o local era tido como muito perigoso. 

Emocionei-me muito com dois depoimentos, os dois últimos que fecham o filme, o de uma mãe, que após a audiência onde um dos policiais que participou do assassinato de seu filho, é condenado a mais de quinhentos anos de cadeia. Ela esta no corredor do fórum, olha para a câmera e diz que se sente vencedora. E de uma outra mãe que simplesmente diz que desistiu de lutar, pois não tem mais forças. É uma despedida da vida. Depois que terminou o filme, o diretor me contou que ela faleceu vinte e quatro horas depois de gravar a entrevista, sem ver os assassinos de seu filho na cadeia. 

Um grande filme, que com certeza, terá uma pequena distribuição, e entrara em diversos festivais. Parabéns Luis.    


Julio Pecly

Notícias


terça-feira, 29 de setembro de 2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

“Luto Como Mãe” tem pré-estreia emocionante em Portugal



Exibido pela primeira vez em Portugal, no dia 29 de junho, o documentário “Luto Como Mãe” (2009), filme produzido pelo TV Zero, Jabuti Filmes e Cinema Nosso, teve uma pré-estreia emocionante, sensibilizando um público de cerca de 300 pessoas, presentes na sala de cinema da Escola da Noite, em Coimbra . O filme retrata uma realidade triste do Rio de Janeiro, vivida por pessoas vítimas dos constantes assassinatos policiais, sobretudo mães que perderam seus filhos, vítimas de violência policial.

Na foto, da direita para esquerda, Beth Paulino, uma das mães, a produtora e pesquisadora do CES, Tatiana Moura, o diretor Luis Carlos Nascimento e a também produtora Carla Afonso.

“[Luto Como Mãe] é um filme realizado com estas mulheres que participaram ativamente de todo o processo, do início ao fim, desde o momento em que pensamos o roteiro até as filmagens, quando elas tiveram uma participação filmando a si próprias e os familiares” diz o diretor do filme e do Cinema Nosso, Luis Carlos Nascimento.

Rodado de 2006 até este ano, “Luto Como Mãe” surgiu a partir de uma pesquisa de estudos de casos sobre violência armada contra vítimas indiretas, no caso, as mães. O interesse do diretor em realizar o filme partiu do convite feito pela pesquisadora Tatiana Moura, do Centro de Estudos Sociais (CES), da Universidade de Coimbra, em 2005. A ausência total de registros que mostrem este tipo de violência contra vítimas indiretas das armas de fogo motivou Luis Carlos Nascimento a entrar de cabeça na ideia da realização de um documentário. Ele conheceu o grupo das mães que participaram do filme e escutou tudo o que elas achavam que deveria ou não ter em um documentário sobre a vida delas. Em seguida, o diretor propôs que as mesmas mães contribuíssem nas pesquisas de arquivos sobre outros casos, e promoveu uma capacitação audiovisual para que todas pudessem filmar em momentos que a câmera principal não pudesse estar.

"Luto como Mãe" foi construído quadro a quadro pela equipe de produção e por todas as mães envolvidas e também contou com a participação de jovens talentos da Escola Audiovisual Cinema Nosso, que assinam todos os créditos e efeitos do filme. Para Luis Carlos Nascimento, “Luto como Mãe consolida o potencial de produção do Cinema Nosso, revelando a capacidade da organização em trazer para o cenário audiovisual brasileiro, jovens talentos que estão dentro das escolas públicas e das comunidades populares do Rio de Janeiro”.

A meta agora é mostrar ao público o resultado deste trabalho. “Vamos levar o filme para o circuito de festivais. Temos uma grande expectativa de que o filme possa ser exibido no Festival do Rio [que acontece entre os dias 25 de setembro e 09 de outubro]. Depois vamos buscar distribuidores”, explica Luis Carlos Nascimento.


                    Pedro Soares (site Cinema Nosso)


Debate com o diretor na pré-estreia em Portugal


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Do luto à luta


“Ignora-se que para cada marido , cada filho, cada homem morto existe sempre uma mulher por trás”

Luis Carlos Nascimento





  Luciene Silva - mãe de vítima da Chacina da Baixada
  Vera Flores - mãe de vítima do caso Acari
   Elizabeth Paulino - mãe de vítima da Chacina da Via Show

DIRETOR- LUIS CARLOS NASCIMENTO


FilmografiaCidadão Silva, (Ficção, 2002, 16 mm, 8 min) Produtor Executivo; O Cego, o Diabo e o Bom Pastor, (Ficção, 2003, DVCam, 13 min) Roteirista e Diretor; Sapukay, (Documentário, 2004, Mini DV, 9 min) Produtor Executivo;Vivendo e aprendendo, (Documentário, 2004, Digital, MiniDV, 6 min) Diretor; Nova Baía, (Documentário, 2004, Digital, Mini DV, 15min) Diretor; Nova Esperança – Yawanawa (Minissérie  Rede Povos da Floresta - 2003, Mini DV, 8min) Roteirista e Diretor;Xacriabá, (Minissérie  Rede Povos da Floresta - 2005, Mini DV, 10min) Diretor; Apiwtxa, (Minissérie  Rede Povos da Floresta - 2003, Mini DV, 12min) Roteiro e Diretor;Construindo o Futuro(Documentário, 2005, Mini DV, 7min) Diretor e Produtor; Crime Quase Perfeito (Ficção, 2004, Beta Digital, 18 min) Roteirista e Diretor; Vida nova com Favela (Documentário, 2005, Mini DV, 14min) Roteirista e Diretor; Amarribo - controle social (2007, Mini DV, 6min) Diretor; Agro vidas (Documentário, 2007, Mini DV, 15min) Roteirista e Diretor;Cidade das Abelhas (Documentário, 2007, Mini DV, 12min) Roteirista e Diretor; Uma mãe como eu... (Documentário, 2007, Mini DV, 14min) Roteirista e Diretor; Os investigadores (Doc-ficção, 2009, HD, 15min) Roteirista e Diretor. 

Apresentação de personagens e suas breves histórias.


Chacina da Via Show

- Elizabeth Medina Paulino, mãe de Rafael e Renan.

-  Siley Muniz Paulino, mãe Bruno.

Na noite de 5 de dezembro de 2003, os rapazes Geraldo Sant’Anna de Azevedo Júnior, 21 anos, Bruno Muniz Paulino, 20 anos e dos irmãos Rafael, 18 anos, e Renan Medina Paulino, 13 anos foram juntos a um show na casa noturna “Via Show”, localizada na Baixada Fluminense. Já na madrugada do dia 6 de dezembro, eles foram vistos pela última vez por um amigo, Wallace Lima, que também estava na casa de shows. Ele afirmou tê-los visto por volta das 04:40h no estacionamento do local.

Os corpos dos rapazes foram encontrados no dia 9 de dezembro, com marcas de tortura e tiros de fuzil na cabeça. As investigações revelaram que os rapazes foram agredidos e espancados por policiais militares que faziam “bico”1 como seguranças da casa de espetáculos ViaShow, enquanto ainda estavam no estacionamento da Casa. Em seguida as vítimas foram conduzidas em três veículos, sob ameaça de armas de fogo, para uma fazenda abandonada conhecida como Morambi, em Duque de Caxias, onde foram brutalmente executados.  

Dos nove policiais denunciados apenas dois se encontram presos. Um foi julgado e condenado a 25 anos e 7 meses de prisão (aguardando novo julgamento por tribunal de júri) e o outro aguarda julgamento. Um foi assassinado e outro encontra-se num manicômio. 

O Estado reconhece o envolvimento dos seus policiais na chacina. Foi atribuída uma pensão aos familiares dos 4 jovens. 

Chacina da Baixada

- Dulcinéia Sipriano, mãe de Marcus Vinicius, 15 anos.

- Luciene Silva mãe de Raphael 17 anos.  

Na noite do dia 31 de março de 2005, foram assassinadas 29 pessoas nos bairros de Moquetá, Posse, Cerâmica e Rua da Gama, pertencentes ao município de Nova Iguaçu e nos bairros Fanchen, Centro, Morro do Cruzeiro e Praça da Bíblia, em Queimados.

Escolhidas de forma aleatória pelos assassinos, as vítimas foram surpreendidas pelos acusados, que agiram de forma livre e consciente, com a efetiva intenção de matar. Os crimes foram cometidos por motivo torpe, com o fim de demonstrar a força do grupo nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados. A ação dos acusados pode ter sido praticada por retaliação ao novo comandante do Batalhão que vinha combatendo práticas de corrupção e desvios de conduta.  Dois dias antes da chacina, um grupo de policiais militares retirou dois corpos de dentro de uma viatura da polícia e deixou próximo ao muro dos fundos do Batalhão. Um dos corpos estava com a cabeça decepada, que foi arremessada para dentro do Batalhão. Uma câmera instalada numa escola ao lado o filmou toda a ação dos policiais, que receberam prisão administrativa.

Dos corpos das vítimas foram retiradas 18 (dezoito) balas de pistolas calibres ponto 40 e 380, de uso exclusivo das polícias Civil e Militar Segundo o então chefe de Polícia Civil, Delegado Álvaro Lins, os criminosos recolheram algumas cápsulas e estojos das balas, para não deixar pistas sobre os assassinos. Não havia marcas de tiros nas paredes próximas aos locais dos crimes, indicando que os tiros foram certeiros. Apesar da repercussão nacional e internacional da chacina até o presente momento, mais de dois anos após o ocorrido, somente um dos denunciados foi julgado e condenado a 543 anos de prisão.

Dos 11 policiais indiciados, apenas 6 foram denunciados, sendo que um dos policias foi assassinado. Um dos policias foi condenado a 543 anos de prisão e os outros aguardam julgamento. Até ao momento foram marcadas 4 audiências, contudo 3 delas foram adiadas.

O Estado reconhece o envolvimento dos seus policiais na chacina. Foi atribuída uma pensão aos familiares. 

Assassinato do Luis Vasconcelos

- Marcia Jacinto mãe de Hanry

Em 21 de janeiro de 2001, Hanry, 16 anos, foi executado por policiais com um tiro no coração. Hanry havia chegado recentemente do estado de Minas Gerais para visitar sua mãe, Márcia Jacintho. Testemunhas contaram aos familiares de Hanry que viram quando ele foi conduzido pelos policiais até a viatura, e acrescentam ainda que a polícia simulou uma saída da favela, mas na verdade, retornou e se dirigiu ao seu cume, onde Hanry foi assassinado.

O Inquérito Policial foi instaurado imediatamente para apurar a morte de Hanry, contudo o Ministério Público só denunciou os policiais em novembro de 2006, cinco anos após. Em setembro de 2007, os policiais foram pronunciados e esperam pela data do julgamento.  

Caso Acari

- Marilene Souza Lima, mãe de Rosana,18 anos.

- Vera Flores Leite, mãe de Cristiane Leite ,16 anos . 

Em 1990 11 jovens saíram para um sítio em Magé, foram seqüestrados e assassinados. Há varias versões para o que aconteceu naquele sítio naqueles dias, sendo que uma das versões é que os jovens depois de torturados foram colocados numa van que depois foi incendiada. Há também a versão de que os seus corpos foram dados aos leões que havia no sítio onde os jovens se encontravam. Julga-se que o crime foi perpetrado por policias e até hoje não foram indiciados. Uma das mães de Acari (Édimeia) foi assassinada em 1993, na saída de um presídio no Rio de Janeiro.

Até ao momento o caso não saiu da fase de Inquérito Policial. 

Chacina da Candelária

- Patrícia Oliveira da Silva, irmã de Vagner  dos Santos.

Irmã de um dos sobreviventes (atualmente o único) da chacina da Candelária. Em 1994 o Wagner dos Santos foi uma das vítimas da chacina perpetrada por policias na Igreja da Candelária. Presume-se que a Chacina foi ordenada por comerciantes para “limparem a área dos meninos de rua” contudo, apenas alguns policiais foram condenados. Um ano mais tarde o Wagner foi novamente vítima de policiais. Neste momento encontra-se a viver na Suíça, já fora do programa de proteção de testemunhas em que saiu pela primeira vez do país.

Dos seis policiais denunciados apenas foram condenados, sendo que apenas um deles cumpriu pena de prisão.

O segundo atentado encontra-se em fase de inquérito policial.

Delegado de polícia

Vinicius George – Delegado da Polícia Civil

Ex-presidente e atual secretário do Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio. 
 

Documentário sobre o rosto feminino da violência armada do Rio de Janeiro


Sinopse 

A cidade do Rio de Janeiro, Brasil é palco de execuções sumarias e arbitrarias cometida por agentes do Estado. Cada morte arrasta consigo a dor de quem fica, afetando todo o seu círculo social, especialmente a família e amigos. O documentário “Luto Como Mãe” centra-se nas histórias destes sobreviventes, mulheres em grande maioria, que lutam por justiça e para saírem da invisibilidade.

Direção - Luis Carlos do Nascimento
Fotografia - Tiago Scorza
Edição- Fabian Remy 
Produção Executiva- Carla Afonso,Mercia Britto, Tatiana Moura e Rodrigo Letier.
Trilha sonora- Wladimir Rocha,Jomar Schrank,JJ Aquino e Daniela Pastore.
Finalização- Julio C.Siqueira
Videografismo-Eduardo Oliveira,André Viera e Stânio Soares.

Uma produção -
 TVZERO, CINEMA NOSSO E JABUTI FILMES

Apoio- Ces , Universidade de Coimbra e CESEC - Universidade Candido Mendes.


Parceiros - Rede contra a violência e Justiça Global.