quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Apresentação de personagens e suas breves histórias.


Chacina da Via Show

- Elizabeth Medina Paulino, mãe de Rafael e Renan.

-  Siley Muniz Paulino, mãe Bruno.

Na noite de 5 de dezembro de 2003, os rapazes Geraldo Sant’Anna de Azevedo Júnior, 21 anos, Bruno Muniz Paulino, 20 anos e dos irmãos Rafael, 18 anos, e Renan Medina Paulino, 13 anos foram juntos a um show na casa noturna “Via Show”, localizada na Baixada Fluminense. Já na madrugada do dia 6 de dezembro, eles foram vistos pela última vez por um amigo, Wallace Lima, que também estava na casa de shows. Ele afirmou tê-los visto por volta das 04:40h no estacionamento do local.

Os corpos dos rapazes foram encontrados no dia 9 de dezembro, com marcas de tortura e tiros de fuzil na cabeça. As investigações revelaram que os rapazes foram agredidos e espancados por policiais militares que faziam “bico”1 como seguranças da casa de espetáculos ViaShow, enquanto ainda estavam no estacionamento da Casa. Em seguida as vítimas foram conduzidas em três veículos, sob ameaça de armas de fogo, para uma fazenda abandonada conhecida como Morambi, em Duque de Caxias, onde foram brutalmente executados.  

Dos nove policiais denunciados apenas dois se encontram presos. Um foi julgado e condenado a 25 anos e 7 meses de prisão (aguardando novo julgamento por tribunal de júri) e o outro aguarda julgamento. Um foi assassinado e outro encontra-se num manicômio. 

O Estado reconhece o envolvimento dos seus policiais na chacina. Foi atribuída uma pensão aos familiares dos 4 jovens. 

Chacina da Baixada

- Dulcinéia Sipriano, mãe de Marcus Vinicius, 15 anos.

- Luciene Silva mãe de Raphael 17 anos.  

Na noite do dia 31 de março de 2005, foram assassinadas 29 pessoas nos bairros de Moquetá, Posse, Cerâmica e Rua da Gama, pertencentes ao município de Nova Iguaçu e nos bairros Fanchen, Centro, Morro do Cruzeiro e Praça da Bíblia, em Queimados.

Escolhidas de forma aleatória pelos assassinos, as vítimas foram surpreendidas pelos acusados, que agiram de forma livre e consciente, com a efetiva intenção de matar. Os crimes foram cometidos por motivo torpe, com o fim de demonstrar a força do grupo nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados. A ação dos acusados pode ter sido praticada por retaliação ao novo comandante do Batalhão que vinha combatendo práticas de corrupção e desvios de conduta.  Dois dias antes da chacina, um grupo de policiais militares retirou dois corpos de dentro de uma viatura da polícia e deixou próximo ao muro dos fundos do Batalhão. Um dos corpos estava com a cabeça decepada, que foi arremessada para dentro do Batalhão. Uma câmera instalada numa escola ao lado o filmou toda a ação dos policiais, que receberam prisão administrativa.

Dos corpos das vítimas foram retiradas 18 (dezoito) balas de pistolas calibres ponto 40 e 380, de uso exclusivo das polícias Civil e Militar Segundo o então chefe de Polícia Civil, Delegado Álvaro Lins, os criminosos recolheram algumas cápsulas e estojos das balas, para não deixar pistas sobre os assassinos. Não havia marcas de tiros nas paredes próximas aos locais dos crimes, indicando que os tiros foram certeiros. Apesar da repercussão nacional e internacional da chacina até o presente momento, mais de dois anos após o ocorrido, somente um dos denunciados foi julgado e condenado a 543 anos de prisão.

Dos 11 policiais indiciados, apenas 6 foram denunciados, sendo que um dos policias foi assassinado. Um dos policias foi condenado a 543 anos de prisão e os outros aguardam julgamento. Até ao momento foram marcadas 4 audiências, contudo 3 delas foram adiadas.

O Estado reconhece o envolvimento dos seus policiais na chacina. Foi atribuída uma pensão aos familiares. 

Assassinato do Luis Vasconcelos

- Marcia Jacinto mãe de Hanry

Em 21 de janeiro de 2001, Hanry, 16 anos, foi executado por policiais com um tiro no coração. Hanry havia chegado recentemente do estado de Minas Gerais para visitar sua mãe, Márcia Jacintho. Testemunhas contaram aos familiares de Hanry que viram quando ele foi conduzido pelos policiais até a viatura, e acrescentam ainda que a polícia simulou uma saída da favela, mas na verdade, retornou e se dirigiu ao seu cume, onde Hanry foi assassinado.

O Inquérito Policial foi instaurado imediatamente para apurar a morte de Hanry, contudo o Ministério Público só denunciou os policiais em novembro de 2006, cinco anos após. Em setembro de 2007, os policiais foram pronunciados e esperam pela data do julgamento.  

Caso Acari

- Marilene Souza Lima, mãe de Rosana,18 anos.

- Vera Flores Leite, mãe de Cristiane Leite ,16 anos . 

Em 1990 11 jovens saíram para um sítio em Magé, foram seqüestrados e assassinados. Há varias versões para o que aconteceu naquele sítio naqueles dias, sendo que uma das versões é que os jovens depois de torturados foram colocados numa van que depois foi incendiada. Há também a versão de que os seus corpos foram dados aos leões que havia no sítio onde os jovens se encontravam. Julga-se que o crime foi perpetrado por policias e até hoje não foram indiciados. Uma das mães de Acari (Édimeia) foi assassinada em 1993, na saída de um presídio no Rio de Janeiro.

Até ao momento o caso não saiu da fase de Inquérito Policial. 

Chacina da Candelária

- Patrícia Oliveira da Silva, irmã de Vagner  dos Santos.

Irmã de um dos sobreviventes (atualmente o único) da chacina da Candelária. Em 1994 o Wagner dos Santos foi uma das vítimas da chacina perpetrada por policias na Igreja da Candelária. Presume-se que a Chacina foi ordenada por comerciantes para “limparem a área dos meninos de rua” contudo, apenas alguns policiais foram condenados. Um ano mais tarde o Wagner foi novamente vítima de policiais. Neste momento encontra-se a viver na Suíça, já fora do programa de proteção de testemunhas em que saiu pela primeira vez do país.

Dos seis policiais denunciados apenas foram condenados, sendo que apenas um deles cumpriu pena de prisão.

O segundo atentado encontra-se em fase de inquérito policial.

Delegado de polícia

Vinicius George – Delegado da Polícia Civil

Ex-presidente e atual secretário do Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio. 
 

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