O longa-metragem "Luto Como Mãe", do diretor e presidente do Cinema Nosso Luis Carlos Nascimento, teve sua estreia no Festival do Rio no dia 29 de setembro, concorrendo ao Prêmio de Melhor Documentário na Mostra Première Brasil, e recebendo um belo público no Cine Odeon que o aplaudiu de pé. No dia 1º de outubro, o público pôde assistir à segunda sessão do filme no Odeon, e ainda debater com a equipe no Cine Encontro, que ocorreu no Pavilhão do Festival do Rio, que se instalou no bairro da Saúde, Zona Portuária do Rio.
Na mesa do Cine Encontro, estavam a batalhadora "mãe de Acari", Marilene Lima, que integra o elenco do filme, o desembargador Ciro Darlan, o diretor do filme, Luis Carlos Nascimento, e a representante da ONG Justiça Global, Sandra Carvalho. Como mediador, o coordenador da ONG Crescer e Viver, Júlio Perin.
"Luto Como Mãe" mostra o dia-a-dia de luta de mães batalhadoras que clamam por justiça. A partir de câmeras manuseadas por elas próprias, e também dirigidas por Luis Nascimento, é retratada a busca por soluções dos casos das Mães de Acari, da Chacina da Via Show e da Chacina da Baixada.
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http://www.lutocomomae.com
Para Marilene, que abriu o debate do Cine Encontro, o maior mérito do filme foi transformar a dor em luta. "Somente quando eu vi as imagens que percebi a importância das falas, da denúncia, das queixas de mães, que não têm preço."
Sandra Carvalho, da Justiça Global, enfatizou a importância das mães como protagonistas na busca por justiça. "Às vezes não temos mulheres em cargos de liderança, mas a base da luta pelos Direitos Sociais é feito por elas."
Para o desembargador Ciro Darlan, "Luto Como Mãe" é grandioso porque nos traz a reflexão de amor total e prioridade absoluta a todas as crianças: "Essa é a única forma de transformar esse país numa nação mais feliz. Nós não devemos arrefecer, este filme é uma bandeira que nos anima a continuar."
O diretor do filme, Luis Carlos Nascimento, também ressaltou o protagonismo das mulheres no filme, e destacou que o objetivo das filmagens não era tornar evidente as dores, mas a força na luta: "Me impressionou muito quando, nas primeiras imagens mostradas, elas perguntaram onde estavam seus filhos, e eu comecei a entender que estávamos no caminho certo, pois a proposta era justamente não ter os filhos, não ter a exploração dessa dor, não ter corpos, não ter esse glamour da violência, mas sim ter essas mulheres que, como na Grécia Antiga, sobreporam-se à figura desse Estado machista, pseudo-democrático."